quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os Funerais do Coelho Branco

Capítulo Dois : A sua vida é um outdoor que ninguém entende.

Amanheceu com gosto de angústia.
Cheiro de vômito.
Você acreditaria se eu dissesse que não sei?
O pior não é sentir não lembrar de nada, é sentir que eu estava, apesar de tudo, me sentindo bem.
O pior é o barulho dos carros na avenida, motores, buzinas.
Toda essa caralha.
(...)
Pessoas.
O pior é lembrar das pessoas.
De seus olhares.
Seus mundos.
Suas expressões catatônicas de "tenho um sentido".
(...)
"Guarda-te de ofereceres os teus holocaustos em qualquer lugar que vires."
(...)
Tudo seca Buk, tudo seca...

***

Coloquei a mesa.
Servi dois pratos.
Não há ninguém ali.
(...)
Eu sei.
Tudo bem.
(...)
Esquentei no microondas dois pedaços de pizza.
Palmito e lágrimas.
Um pra você e outro pra mim.
Enchi duas taças de vinho barato.
Brindei e o segundo copo tombou na mesa.
Escorre e pinga em minha sombra.
Não havia ninguém ali.
(...)
Eu sei.
Tudo bem.

***

O telefone toca.
Jogo pela janela.
Cansei de tocar fogo nos móveis.
Cansei de quebrar copos no quintal.
Cansei de toda essa porra.
A campainha toca.
Atiro a cadeira.
Não era ela.
Nenhuma delas.
Era a palavra do Senhor.
Jucas Chaves Delivery.
Cada um tem o que merece.
Mas no final é só o Costinha.
No final é só o inferno e mais nada.
(...)
Me divirto com piadas sobre minhas próprias desgraças.
Adeus Sofia.
Vou embora dessa merda.

***

É um hotel sujo.
É uma frase parecida.
Quatro semanas adiantas e uma lista de recomendações.
Não vai se matar aqui não né garoto?
Garoto...
Deja vu de eu mesmo.
Não, não vou, só quero paz.
Todo mundo que vem aqui como você acaba fazendo besteira.
Não, não vou.
O corredor da morte.
Faxineiras com caras de impressões digitais.
Penso na capa do Brigada do Ódio.
Abro a janela.
Quinze andares.
Estou acima dos pombos, acima das câmaras, acima de deus.
Um cuspe ao acaso.
Espero anoitecer.

***
Entre dois arranha céus amarrei uma linha fina.
O vento corta meus cabelos e faz-me, hoje, trapezista.
E entre estrelas que observam e carros que transitam,
Escolho aquelas que mais brilham.

***

Entre a Luz e Júlio Prestes, Al Capone é pedinte.
Desce macio e reanima.
E tudo é sujo.
Não importa o quanto a prefeitura limpe.
A sujeira faz parte.
É tudo feito de sujeira.
Paredes amareladas nos bares.
Tiozinho servindo pinga com a mão cheia de casca.
Bêbados rindo sem os dentes.
Putas com celulite.
Pastelaria de chinês com gordura nos bancos.
Caldo de cana com mosca.
Churrasco grego.
Carrosel de mosca.
Na verdade é mosca pra tudo que é lado.
Quando os pombos saem, a cena é delas.
Pra elas é sempre meio dia, gordura no ar e coxinha velha.
Tudo é sujo.
Imundo.
E se não fosse eu não teria vindo pra cá.
Porque me sinto imundo.
Sujo de eu mesmo até as orelhas.
E, ainda assim, caminho.
(...)
Sinto que já vi este lugar.
Sinto que já estive aqui não faz muito tempo.
E que caminhamos tanto em vão...

***

Duas da manhã me pedem pra sair.
Retruco que é um bar.
Afirmam que é Terça-feira.
Que diabo de resposta é essa?
"É Terça-feira".
Aceito se aceitarem me vender uma garrafa.
Qualquer coisa pra se livrarem de mim.
Caminho em direção ao centro.
Rio Branco.
A noite as pessoas parecem menos medíocres em seus propósitos.
Barzinho com mesas na calçada.
E é Terça-feira.
Não pode sentar com a garrafa.
Tá, Juca não gosta de mim, mas Murphy, esse sim, me odeia.
Viro o que consigo.
Peço uma dose.
Pego meu caderno.
(...)
Porque a noite os pombos dormem.
E eu respiro.
(...)
A conta.
O troco.
A dose.
Lista das coisas que queria esquecer.
Foda-se a velha, agora sou eu quem joga o fósforo.
A conta em chamas.
As pessoas não entendem
E eu quero é que se foda.

***
E se eu disser que eu nunca sei mesmo a direção?
E se eu disser que toda vez que eu achei que ia acertar eu na verdade só arrisquei?
Você ainda ia querer?
Diz.
Eu seria ainda o que sou para você?
E se eu disser que eu nunca soube nada de minha vida, que eu sempre deixei tudo passar por mim e as vezes ia, as vezes não ia, dependendo do gosto do café.
Você ia querer?
Será que ia mesmo?
Minha vida é correr contra os carrinhos na montanha russa esperando vencer o impossível e não ser levado outra vez para trás.
Você entende?
Ainda assim quer?
Pensa...
Eu não sei nada.
Só sei ser assim.
Eu sequer me entendo.
Nunca consegui brincar de ter certeza.
Nunca consegui 100% de não dúvida.
Ainda?
Ninguém esqueceu a sombra em meu quarto.
Ainda assim eu fugi.
Ninguém passou com pressa por mim.
Ainda assim segui... e caí no buraco da árvore.
Eu sempre fui...
Sempre passei...
Sempre acreditei em minhas próprias estórias.
E nunca dormi.
Sempre vi tudo chacoalhar meus cabelos e me deixei levar.
É isso?
Nunca morei em uma só casa.
Nunca fiquei em um só plano.
E é sempre o gosto do café.
Nada concreto.
Nenhuma teoria.
Nenhum cálculo.
Só correr contra a brisa pra sentir o gosto da chuva na boca.
Nunca cresci.
Agora perdi o trem.
E ele não pára mais pra mim.
E se eu dissesse que também não quero que ele pare.
Você ia querer?
Será que ia mesmo?
Eu mesmo nunca sei...

***
Num hotel em que as pessoas alugam quartos por 13 reais pra trepar por uma hora tem sempre uma Bíblia no criado mudo.
Essa tem jeito de ser antiga, com páginas rasgadas, grudadas, cheias de manchas, cheirando a bebida barata, porra e tudo mais.
"Não trarás o salário da prostituta nem o aluguel do sodomita para a casa do Senhor teu Deus por qualquer voto, porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor teu Deus."
Definitivamente lugar errado, hora errada.
Pessoa errada.
Arrisco um telefonema.
Enquanto desenho pregos na cabeça da minha foto do RG ela me manda pro inferno.
Agora é tarde pra me mandar pra lá..
Arrisco outro.
Ganho um filho da puta.
Onde e quando?
A essa hora?
Esquece.
Tá, eu vou.
Na TV só pega o cinco.
Mais uma dose.
Ela chega.
Me diz de uma vez o que você quer de mim.
Me diz antes.
Eu não quero nada.
Nunca vou querer.
E sempre digo.
Mesmo sem você pedir.
E sempre ganho outro filho da puta.
E esse cheiro que me faz sentir em casa.
Gosto mais do cheiro que das perguntas.
E ligo mesmo sabendo que amanhecer vai ser uma bosta.
(...)
Me beija com tanta força quanto me odeia.
Me enche de marcas.
Por isso ligo.
(...)
E no papel que me limpo tem uma frase escrita.
"E enlouquecerás pelo que hás de ver com os teus olhos."
Faz sentido.

***

Solidão mundana.
Maldição eterna.
Por todas as vezes em que tentei gritar
com a língua presa entre os dentes.
E fiz promessas de sol
para iludir a sombra.
Porque é conforto sim, ainda que placebo.
É auxílio.
E é certo que a mão que segura o corpo
à beira do penhasco
guarda mil segredos
embora seja fato,
Tenha apenas cinco dedos

***
Nem foi por isso que eu vim aqui.
Mas eu tentei "pretend to".
Talvez fosse mais simples deixar passar pelo corpo como uma voz cortada de conversa alheia no meio da multidão.
Mas não é.
Absorve pela pele, anda no sangue, queima a alma.
É uma merda.
E nunca vai ser diferente.
A sua vida é um outdoor que ninguém entende.
Todo mundo olha, mas ninguém percebe que tem muito mais ali que cola velha e papel fedido desfigurado pelo tempo.
E caminhar tem sido cada vez mais complexo de peneira nessa cidade.
Tudo passa e só o podre fica preso em você.
Um dia entope... aí eu quero ver.
A verdade é que, engolir mosca no vento é algo desprezível e eu não entendo como tem gente que faz disso um ofício na vida.
Trabalhar para ter a perna da mosca morta entre seus dentes no fim do dia.
Nojento.
E são dezenas.
Moscas católicas-apostólicas-romanas, moscas malufistas, moscas neo liberais...
E vem tudo pra sua boca, pro seu dente, pra sua peneira.
É por isso que o Urtigão tinha uma espingarda.
Ninguém vinha vender Sentinela de manhã pra ele.
Sei lá.
Às vezes penso que o café desce e o amargo fica.
Só às vezes...
Só penso...

***

Alice esqueceu a blusa.
Conto de fadas errado.
Príncipe errado.
Tudo errado.
Didi na TV.
O culpado de toda uma geração de pessoas incovenientes existir.
Ele que ensinou essas pessoas que elas devem achar ter o direito de interagir com quem só quer ficar quieto.
De fazer piada com todo mundo sem pensar se a vida das outras pessoas querem sua presença.
Odeio muito.
Ele e toda geração "da poltrona".
(...)
Primeiro round, espelho.
Segundo round, estômago.
Terceiro round, memória.
(...)
Acendo um cigarro.
Queria saber o que fazer hoje, ter um sentido qualquer pra me arrastar até o fim do dia.
Mudo a TV pro canal com chiado.
Carol Anne...
Muito melhor.
Na lâmpada uma fita isolante pendurada e cheia de poeira me lembra de como vim parar aqui.
No espelho um arranhão em meu pescoço.
Keep Cooler pela metade no criado mudo.
É Carol Anne... essa noite eu fui uma puta. 6 fev Felipe
***

Então surgiu a luz... e com ela a sombra.
Surgiu a dor... e com ela o alívio.
Para cada sensação, uma de igual valor e força em forma inversa.
(...)
E, em meio a isso, também surgiu a corda bamba e o trapézio.
E é aqui que se enxerga a equação em que todos estamos dispostos.
(...)
Alguns estão na ponta da vara onde há dor e sombras.
Outros na outra com a luz e o alívio.
E outros se equilibram... e são odiados por aqueles que estão em qualquer uma das pontas.
(...)
Para os que se equilibram a virtude é a sabedoria.
Para os que são equilibrados, a fatalidade é a fé.
E, para aqueles que conseguem enxergar a roupa nova do imperador, viver na corda bamba, em qualquer parte da equação, não faz realmente a mínima diferença.

***

Poltergeist.
Não deixo mais no cinco.
Prefiro o chiado.
(...)
Então Carol Anne decidiu quebrar o espelho.
Alice estava lá por décadas.
Decidiu mostrar o retrado de Dorian Gray para ela, que por tanto tempo só viu o avesso.
E gargalhou a observá-la virar pó.
(...)
A maldade reina no coração de Carol Anne
E já não há dúvidas.
Agora ninguém mais conta histórias.
E ela torce o pescoço das bonecas.
(...)
Unilateral mundo de Carol Anne.

***

Acordo com ela perguntando alguma coisa enquanto veste a camiseta.
Ela diz que não presto atenção.
Não presto.
Eu sei.
Me pergunta de quem é a blusa no banheiro.
Diz que eu não presto.
Como eu disse, já sabia.
Me pergunta se o hotel não se importa com a sujeira.
Quem vai limpar o quarto de Gregor Samsa?
Me pergunta se eu sei que dia é hoje.
Penso que nem sei como ela apareceu aqui.
Me pergunta se quero ser feliz.
Tento pronunciar uma ofensa.
Tampa minha boca.
Pergunto se quero que ela vá embora.
Demoro muito pra responder.
(...)
E ela fica.

***
A história da minha vida se resume em piadas sem graças que eu tento esquecer.
Imagem e semelhança?
Mais um motivo pra não gostar de você.
(...)
Pelo menos Saturno comia os filhos e não ficava fazendo eles de palhaços.
Bah.
(...)
Eu sou o problema eterno de Jack.
Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá e eu não tenho uma metralhadora.
(...)
Eu gosto mesmo é do Ozzy... ele comeu morcego.

***

Parou e não disse nada.
Não leio mente.
Não mente.
(...)
Fica olhando pra mim feito um vaso.
Flor morta.
Não faz fotossíntese.
(...)
Você respira.
Por que não levanta e me beija?
Me dá um tapa.
Me joga na sarjeta.
Me corta de vidro.
Só não me olha como se estivesse olhando o nada.
(...)
Eu quero o veneno do sangue.
A sujeira da alma.
O prego nos dedos.
(...)
Vida.
Ódio.
Paixão.
(...)
Amor só é vida se não for pintura.
Pintura fica ali.
Quem quer compra.
Mas só olha.
(...)
Eu quero língua.
Quero mão.
Abraço.
Gemido.
(...)
Não me olha feito vaso.
Sei que é flor.
(...)
Flor é vida.
Vaso só serve pra jogar na TV.

***

Minha mão pisca rosa e amarela com as luzes.
Minha bebida tem nomes refletidos em néon.
Uma menina na mesa ao lado olha os carros passarem como se esperasse um milagre.
Ela sempre está nessa mesa.
Sempre olhando os carros.
Um velho coloca uma nota de dez na máquina de apostas.
Um cachorro velho pára e senta a meu lado.
(...)
Em toda minha vida atiraram em minhas costas...
E todas as vezes eu voltei para tomar os tiros.
(...)
Eu lembro.
Percebo.
E desabo.

***
Eu?
Eu sempre acabo no cuspe com sangue.
Sempre assim.
Cabeça abaixada.
Baba bêbada.
Saliva vermelha na pia branca.
E não reflete.
Saca?
Nem pensa.
Só escorre.
(...)
Se reflete, reflete o nada.
Não enxerga nada.
Só o nada.
(...)
Olhar do inferno.
Corpo maldito.
Se queimar não faz fumaça.
Nem gelo.
(...)
Pensa.
Esquece.
Pensa.
Não.
Pensa.
Grita.
(...)
Bom dia, odeio passarinho na janela.
Bom dia, odeio sol na planta.
Bom dia, odeio saber que o ódio passa.
E eu fico aqui.
Com o bom dia.
Passado.
Nada.
(...)
Menina boazinha vai pro céu, tirar pó de corredor e limpar pena de anjo sem pau.
Menina ruim sangra.
Mas vive.
(...)
E ciclope não fica vesgo.
É fato.

***

Funciona em dois níveis.
O corpo está nadando.
Dentro de um liqüidificador.
Primeiro não sabe como entrou ali.
E, ás vezes, esquece que aquilo é um liqüidificador.
E tudo gira.
É tudo uma festa... um jogo no qual esquecer te faz ficar na superfície.
Rodando feliz... orgasmo deixando a água te levar.
Mas quando se lembra da hélice.
O instinto é mais forte.
O corpo nada para o fundo.
(...)
E aí é um só nível.
É só amanhecer com gosto de bolor na boca.
Como a gente vê a vida depois do orgasmo.
(...)
Esse é o testamento de Jack.
Quer ler coisa bonita com mensagem então vai ler os livros do "mago" e não a minha coleção de cacos de copos.
Caminho Suave, 5:7-9.
Porque somos muitos.

***

Te localiza por teus dentes...
Sabe Winston, é diferente para cada um.
E depois do campo... Caulfield não te espera.
(...)
Triste Winston.
No seu caso são ratos.
Devoram a alma.
(...)
Olha pela a janela.
O boneco do posto Sartre continua dançando sem luz.
Só o vento por dentro... só o vento.
(...)
Pobre Winston.
Pobres ratos.
Pobre ciclo.

***
Carol Anne e sua dúvida.
Come os vermes ou vomita?
Fingir de morta ou brincar pra sempre?
Nunca sabe o que fazer, pobre Carol Anne...
(...)
Olha.
Fecha.
Olha.
Pensa.
Fecha.
Olha.
Pensa.
Morre.
(...)
Regan e seu torcicolo.
Nunca consegue dormir.
Pobre Regan não tem mais alma.
E já não mora mais aqui.

***

Ela diz que eu não ligo.
Eu vim aqui procurando paz.
Ela diz que eu fiz promessas.
Eu nunca disse uma palavra.
Ela diz que cansou.
Eu olho para a TV fora de sintonia.
Ela diz que vai embora.
Eu gosto mesmo é do Ozzy.
(...)
O jipe do padre furou o pneu.
Derrapou.
Bateu.
Morreu.
Se fodeu.
(...)
Antes ele do que eu.

***

Sol queima a alma.
Bom dia.
Abre a janela.
Olha em volta.
(...)
Tá cheio de poeira.
O chão.
A vida.
Alergia.
(...)
Sapo caíu da festa no céu.
Onde eu andei?
Quem morou aqui?
Cadê meu café?
(...)
Fecha.
Olha.
Fecha.
Olha.
Fecha.
Merda.
(...)
Bom dia.
Eu sou o gosto seco de Jack.
Lava o rosto.
Encanto ainda rima com enquanto.
Sempre vai rimar.
(...)
Príncipe de cu é rola.
O pulso ainda afasta os pontos.
Sapos...
Nação de sapos.

***

Eu sou um estilete sem cabo.
Quer pegar, pega.
Só que não entro nem saio da vida de ninguém sem deixar marcas.
Marcas boas ou ruins.
Mas marcas.
(...)
Lâmina cada dia mais afiada.
Quer segurança?
Vai brincar com cotonete.
Eu não nasci pra isso.
Eu curto pulso, sangue, intensidade.
Bebo anti-socialmente.
E tenho tatuagens feias feitas com motor de boneca e agulha de costura por amigos nos anos 80.
Caveiras toscas.
Marcas de uma época.
Lembranças de quem sou.
Do que sou.
Do que nasci pra ser.
E foda-se.
(...)
Foda-se mesmo.
Eu sou uma máquina de ferimentos.
Quer beijar?
Vai ser intenso.
Quer brincar?
Só não fala que eu não avisei.
(...)
Eu sou o olho necrosado de Jack.
E coço ele com minhas lâminas.

1 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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