terça-feira, 22 de setembro de 2009

Os Funerais do Coelho Branco

Capítulo Três : A arte não comove.




E todo dia começa de novo.
Dá a partida.
Não sei bem como.
Mas sempre funcionava.
Meu carro era velho, tipo,
daqueles que quando eu arrumava uma coisa
ele quebrava outra.
Fiquei pensando se vou ser pra sempre assim.
Que nem aquele carro tosco.
Ir andando pra ver até onde agüenta.
Até quebrar alguma coisa.
E arrumar.
Pra depois quebrar outra.
Carro zoado saca?
Com trinta e dois anos.
E trinta e dois dentes.
Rodado pra caralho.
Mas com gasolina no tanque.
E vontade de estrada.
Sem seguro.
Sem cinto de segurança.
Cheio de multas.
Sempre com lugar no banco.
Espelho que não deixa ver o que passou.
Milhares de nomes atropelados nos pneus.
Velocidade.
Perseguição tipo de filme fake.
Bambeando na pista.
Amortecedor no compasso dos faróis.
E dos pisca-piscas.
Apaga a luz.
Abaixa a cabeça.
Esquece o volante.
E pisa fundo.
Na estrada em que o sentido não importa.
Na real, só importa ir.
E eu sempre vou, saca?
Sempre dou a partida.
E sumo de vista.

***

Começa com um pedido de desculpas.
Sim, caro caríssimo, a presença triunfante do vírus da derrota...
As desculpas.
Mas, que esta seja a última, ou pelo menos a que valha.
(...)
E após um longo tempo em silêncio é impossível que imagines quantos gafanhotos guardei na garganta...
quantas vezes assisti em silêncio contemplares meus erros.
E ah sim, foram erros.
Mas erros muito bem sucedidos, convenhamos.
E errar é uma arte, caro caríssimo.
Para alguns uma frivolidade da inconseqüencia, para outros, filosofia de vida.
E foram senhores erros... embora não o suficiente.
Óbvio.
Nunca o é.
Abençoado seja.

***



Como recompor cacos sem cortar as mãos?
Como caminhar em frente se cada passo significa a impressão do peso do mundo e o esmagamento do que pode existir de bom... pra qualquer lado em que se pense ir.
Do outro lado do espelho, o dragão ainda palita Alice de seus dentes.
E eu?
Eu sei que está lá, mesmo não podendo ver.
Mas sei...
E agora que sei, sei que não vi quando poderia ter visto.
E sei que não só o reflexo reside ali, mas parte de mim... também entre os dentes.

***

Amanheceu na Rua Direita.
Pombos.
Ergueu a porta do bar.
Primeiro cliente.
Não, eu não durmo.
Não, eu não tenho vergonha de estar sujo.
Não, eu não pretendo mudar de vida.
(...)
Café.
Conhaque.
Café.
As pessoas passam.
Os pombos voam.
Pra onde eu vou agora?
O que fazer da vida Nancy Boy?
(...)
Eu ligo.
Diz que no final da tarde.
Deito num colchão fedendo a umidade.
João Dias.
3 reais o prato feito.
15 reais a pernoite.
Maldito Caulfield.

***

Para se errar com classe o erro deve ser magnânimo, pois afinal, até para o erro existem expectativas... você sabe.
E como existem!
E ah, caro caríssimo, quem dera eu cometer o mais perfeito dos erros.
Ganhar no inverso da loteria.
Mover montanhas.
Quem dera eu ser o Maomé da falha, o Zeus do fracasso, o Alah do equívoco.
Seria estrela que vive no escuro sem brilhar, e aí sim minha loucura seria a mais sábia entre os homens.
(...)
Caro caríssimo, quem me dera ser tão capaz quanto as pragas que cospes em meu nome, e pelas quais agradeço.
Sim, manche meu sangue que dele respirarão as flores que avivarão teus olhos.
A flor de Lótus não nasce de meu passo, mas sim o espinho.
Buda morava na casa ao lado, não aqui...
Aqui reside o nada, caro caríssimo.
O que, para muitos, não é nem um pouco bom.
(...)
Não há mais limites e tampouco bom senso.
Não há mais sorrisos com zero porcento de cáries.
Só o absoluto, incontrolável e irremediável nada.
Tranque as janelas.
A poesia não enche o tanque.
Nunca encheu.
Era um placebo.
Sempre foi.
A arte não comove.

***

São trinta e dois passos.
Não é difícil.
Vai logo.
Falta pouco agora.
"Feel it closing in" é?
Patético...
Pensou que era simples?
Não, não.
Nunca sem marcas.
Nunca sem cicatrizes.
Nunca sem essas correntes.
E na outra ponta de cada uma delas está um peso que você tenta esquecer.
E não tem chave.
Vão ficar pra sempre em seus calcanhares.
Não estão presos na carne.
Estão nos ossos.
Tá difícil?
São só trinta e dois.
De acordo com as pesquisas a média final são sessenta.
Então são trinta e dois ou faltam vinte e oito?
Contagem regressiva?
Você escolhe.
Tanto faz na verdade.
Quando você corta a boca sangra.
Quando você desloca o ombro dói pra caralho.
Deu pra sacar?
Dói pra caralho.
Tudo.
As correntes, as ampulhetas, os trinta e dois.

***

Meia noite na estrada
eu pego meu carro,
abaixo a cabeça
e espero a morte.
(...)
Meia noite na estrada
Jean Paul Sartre
se torna um inseto
no vidro do carro.
(...)
Meia noite na estrada
atropelo Nietzsche
como se fosse
um cachorro velho.

***

Alice dá as costas.
Nem sei porque as vezes falo certas coisas.
Me sinto aquele garoto que não tem nada o que fazer e atira tijolos na Dutra por cima das passarelas, só pra ver se provoca algum tipo de acidente envolvendo pessoas que desconhece.
Bizarro modo de alterar o curso da história.
Alice volta e me xinga.
Diz que fez planos.
Mas eu... eu só vivi.
O que os amigos vão dizer...
Eu sou um estilete sem cabo.
Você não era assim...
Mãe, Gregor está rastejando pra fora do quarto.
(...)
Outro dia estava filosofando bêbado com um amigo e cheguei a conclusão de que a CIA colocava ácido nas papinhas de algumas crianças.
Assim elas viajavam pro resto da vida.
O caminho da colher à boca era colorido, e nele sempre a Barbie conseguia o Ken que queria.
Porque era linda.
Amor da mamãe.
Alice narcoléptica.
Tudo culpa da CIA.
Alice era culpa da CIA e do ácido nas papinhas.
E eu tenho um copo vazio.
E um saco de Jó.

***
O que me impede, caro caríssimo?
Nada.
Eis a sua resposta.
Eis minha declaração de independência.
(...)
Não nasci para flores eternas.
Não nasci para acumular sorrisos de conveniências nem tapinhas nas costas.
Por isso poupe-se, caro caríssimo.
(...)
Porque aqui, só o triunfo da incoveniência.

***

Eu nunca paro.
Nunca fico quieto.
Sou uma pessoa absolutamente atormentada.
E, por isso, as vezes, não me suporto.
(...)
Sim... eles estão aqui Carol Anne.
Nesse hotel que nem o cinco pega.
(...)
O fato é que nunca consegui entender porque a gente não supera certas coisas.
Ninguém em sã consciência estaria em um hotel imundo do centro, sentindo cheiro de mofo e ouvindo filosofia teletubbie sobre relacionamentos fúteis.
Mas é a sina.
É o preço a pagar por sermos filhos de uma lógica incompleta que defende criadores sem criação.
Galinha sem ovo.
Juca, meu amigo imaginário.
(...)
Vai com deus, meu filho.
Não tia, só tenho dinheiro pra pagar a minha diária.
E não, não dou minha bebida pro santo.
(...)
Nesse hotel em que Carol Anne me protege, hoje amo esta Alice como se nossa respiração dependesse do mesmo compasso.
Bonito...
Sério... acho mesmo.
Mas hoje eu queria uma Regan, com sua boca suja e seu cuspe na minha cara.
Juro que eu queria.



***

Olho no asfalto.
Pigarro na garganta.
Seria considerável se não fosse tão cinza.
De canto do olho, de costas para o mundo.
Minha vida resume-se a uma montanha russa de descasos.
Já disse isso né?
Apago o cigarro.
Nada faz sentido.
Sequer lembro o dia em que tudo passou a ser desse jeito.
Mas os passos vacilam e embriagada seja a questão.
Não me cabe a clemência, a passividade à vida sem paixão.
Nem que seja paixão pela queda.
Nem que seja paixão pelo nada.
O próprio Nietzsche morreu cedo.
Ele e seu bigode muito feio.
Nada disso me tira a vontade de assustas as pombas na calçada quando quase 6 as padarias abrem e eu passei a encarnar 24 horas tudo o que mais amo.
"I will give you even my body, Spiritwalker".
Foda-se.
É, foda-se a boa postura, o bom caminho, a boa virtude.
Eu sou o avesso de eu mesmo e meus olhos queimam em descrenças.
Odeio a vizinhança.
Odeio a cidade quando desperta.
Penso Taxi Driver.
Tem muito mais sujeira nas pessoas do que nas calçadas.
As pessoas não deviam ter nojo das baratas, pelo menos elas são o que são.
Jás as baratas...
O café abençoa as blasfêmias.
Puro, "dusty" e nunca com o gosto que você quer que ele esteja.
Maldito seja aquele que inventou as escadas.

***
É um bar perdido, tipo aqueles bonitinhos, da parte boa do Bexiga.
Mas na verdade é perto da Sé.
Portanto imundo.
Um Drink No Inferno.
Entrei ensopado.
Pendurei a jaqueta.
Um whisky.
O garçom sorri.
Me chama de senhor.
A teoria do intervalo.
Por um momento desejei mais estar em um bar daqueles podres da Armênia do que qualquer outra coisa no planeta.
Sinto muito mais sinceridade na sujeira explícita.
Vai entender...
Nunca tive vocação para bom menino politicamente correto.
Nunca consegui escapar de estar envolvido em todo tipo de problema possível.
Nunca consegui ter uma vida calma e sempre fiz merda.
E, na real, demorou até pra entender que eu gosto de fazer merda.
Porque, se você pensar direito, se todo mundo fizesse tudo certinho, nunca nada ia ter mudado na vida de ninguém.
Admirável Mundo Novo.
E, de boa, eu já me decepcionei o suficiente com as pessoas pra me importar com o que elas pensam ou não sobre o que sobra de minha vida.
Já fui utópico e idealista o suficiente pra abastecer quarenta anos adiante.
Agora me reservo o direito à descrença.
É estranho pensar assim.
Muita coisa perdeu o sentido pra mim.
E essa perda não foi nada suave.
Enfim...
A gente cresce com a idéia de que tem que acreditar em alguma coisa mas não imagina que a maior certeza de nossas vidas é que essa coisa, qualquer que seja ela, vai ser arrancada da gente sem piedade.
E é assim que a gente se torna adulto.
Perdendo os sonhos.
E só o que resta pra gente, nesse sentido, é o intervalo.
Fora isso, seguir em frente causando o maior estrago possível.

***

Nesse livro não tem história.
Só um corpo parado.
Olhando pela janela.
Com inveja dos pombos quando eles somem de vista.
Nesse livro não tem fim.
Ninguém é salvo.
E falta alguma coisa.
Sempre falta.
Alice suspira.
Me sinto mal.
(...)
Tadinha...
(...)
Deito e abraço seu corpo quente.
O cheiro que tanto adoro.
Ela pergunta o que eu tenho.
Na verdade eu não sei.
Porque nesse livro não tem nada pra mim.

***
Eu vivo no limite, caro caríssimo.
E não me vejo vivendo de outra forma.
Eu subi a montanha e não vi nada.
Nada.
Se preferiria continuar escalando sem chegar ao topo?
Talvez... talvez o entretenimento da escalada me distraísse o suficiente para não pensar nas dores.
Só que o topo, caro caríssimo, o topo é só dor.
E descer é muito pior porque se conhece o caminho.
E eu sei muitíssimo bem o que há lá embaixo porque vim de lá.
Então sei como tudo vai terminar.
Então decidi pela mudança de sintonia.
Não entendo mais sua língua.
Não entendo sequer a minha.
Talvez decifrar tais hieróglifos facilite a queda.
Anestesia geral, caro caríssimo.
Uma vez provada não desejarás outra coisa.
Eu declaro estado total de anestesia geral, caro caríssimo.
Em minha vida, em meus passos, em meus pensamentos.
E este nada que tem em mãos, caro caríssimo, é o raio-x de uma vida esfaqueada pelas coleções de tampinhas de garrafas e injúrias.

***

No meu doce mar de pecados, reside um sorriso sarcástico.
Em meu sorriso sarcástico guardo todo um mar de pecados.
Na minha boca amaldiçoada reservo um sem fim de pragas.
E entre minha pragas cultivadas, um sem fim de maldições.
(...)
É pegar ou largar.
Porque a vida imita a carne... sangra, seca e arde.

***
Ele saíu e não entendeu nada.
Era o inferno, e ele uma cadela velha.
E bêbada.
E repetia seu nome para lembrar quem era.
Ou para tirar outros da cabeça.
Só que ele estava errado.
E sujo.
Vomitado.
E deu tapas na cara clamando sabe-se lá o que.
Repetindo seu nome.
Lamentando existência.
No escuro vexame pediu pra lhe darem um tiro.
Nessas horas nunca se encontra quem o odeie o suficiente.
Porque quando as luzes rodam, os olhos param.
E diálogos fluem, todos se calam.
Quem sou eu?
Outro tapa na cara.
Você tá bêbado, filho da puta.
Só pode estar.
Ou está doido.
Ou os dois.
Alguém levanta pela gola.
Na ladeira escura e imunda.
Cara, é você?
Não, juro que não.
Ou sim.
Depende do dia.
Me deixa aqui.
Vai ficar bem?
Claro que sim.
Virou a esquina.
Mais um tapa na cara.
Acordou e virou barata?
Não.
Acordou e virou cadela...
Velha.
Suja.
Bêbada.
Com três cabeças.
E vai passar o resto dos dias.
Guardando a porta do inferno.

***

Alice me fala de Alice.
Digo que não entendo.
E é verdade.
Não entendo mesmo.
Deve ser culpa da CIA e das papinhas.
Digo que ela me deixou.
Ela passa a mão em meus cabelos.
Diz que sempre me quis bem.
O defunto nunca esfria.
Acende o palito e joga no copo.

***

De uma máquina podre encostada no canto da padaria vem um som de telejogo.
Máquina de hipnotizar velho.
Tem por toda a cidade.
Acompanho de longe.
Na tela a roleta gira.
3000.
Dobra.
Outra dose.
1000.
Repete.
Abraço de Alice.
5000.
Age como se nada tivesse acontecido.
Dobra.
Dose.
Será que não entende que não é com mais impulso que se pára a roleta?
3000.
Engole outra nota.
Sussurra em meu ouvido.
Outro jogo.
Russo.
Dose.
Olha nos meus olhos.
Sala 101.
Ha!!!
Snake Eyes!!!
Eu não estou pedindo perdão.
Perde tudo, Winston.
Isso!!!
Não quero 3000, 5000, 1000, dobra porra nenhuma nem nenhuma caralha dessas.
Jogo o velho pro lado.
Pulo em cima da máquina e grito.
Perde tudo!!!
Por favor!!!

***
Eu me lembro dos dias em que o sangue nos lábios não cicatrizava as palavras.
Mas não há de ser nada...
Confie em seus passos.
A esperança é a única que morre

***

Reprises malditas.
Hotel imundo.
Alice.
(...)
Abro a janela.
Cuspo nos pombos.
Ah, Av. São João... o verdadeiro tédio.
O ciclo se fecha.
(...)
No prédio em frente uma mulher pendura uma calça pela janela.
Penso Joelma.
Na calçada uma menina desfila com seu cabelo ruim e com o passo típico daquelas que ficam felizes se ganham buzinadas da geração "da poltrona".
Os carros enfileiram.
Os motoboys costuram.
Os copos esvaziam.
Os pombos observam.
E tudo seca, Buk...
(...)
Não sei que dia é hoje, nem da semana nem do mês.
Não sei que horas são.
E eu sempre nado para o fundo.
De Alice em Alice.
Um palhaço para Juca Chaves.
(...)
A disputar com abutres em fúria a carne a cair em sua benção,
que já se faz um banquete de vermes, não importa qual deles vençam,
se arrastam víboras sedentas pelo sangue do mal original,
quando fez-se nascer outra guerra, sob a sombra do poeta enforcado.
(...)
É pegar ou largar.
Porque a carne imita a vida... suja, curta e perdida
(...)
Caro caríssimo...
Vai tomar no cu.

***

Talvez a resposta esteja perdida entre a razão e a inocência.
Talvez a resposta seja vazia como o olhar seco entre os lírios.
Talvez a resposta não exista.
(...)
É, talvez todo esse tempo de busca tenha servido apenas para preencher a falta de sentido em abrir portas que sempre levam aos mesmos quartos estéreis.
Talvez usemos a resposta para fugir da certeza de que não há nada além disso... nada além da busca...
Nada além das misérias que se contam entre os olhos que se prendem frente ao espelho.

***
Uma vizinha me olha através da cortina.
Recolho as contas amontoadas no portão.
Outra abre a janela.
Quatro da manhã.
De volta à Palomar.
Eu preciso mudar de bairro.
(...)
Abri a porta de casa.
Cheira pior que o hotel.
Os pratos na pia tem um algodão doce verde.
Cortaram a luz.
Lavo o último copo sobrevivente.
Desce macio e reanima.
Sempre.
Sento no sofá.
Esvazio os bolsos.
Dezenas de guardanapos e flyers com frases que anotei pra lembrar de esquecer.
Nick observa.
"Brother, my cup is empty".
Amanhece.
Olho pelo vidro.
Abrem o bar.
O velho entra.
O cachorro sai.
E eu finalmente entendo...
(...)
Uma risada curta e nervosa.
Meus olhos coçam.
Tem um recado embaixo da porta.
Ela diz pra eu ligar.
(...)
Desculpa vida.
Essa alma vadia é mais forte que eu.
3358-41...

***

Nesse livro não existe vida, caro caríssimo.
Se aprendi algo nessa trilha é que todos somos culpados.
Sem exceções.
Eu sou culpado, você é culpado, Whitman é culpado, Thoreau é culpado, Rimbaud é culpado e até o retardado do Bukowski é culpado.
Alice, Regam, Carol Anne... todas elas.
E, nesse jogo de culpas, eu dou o primeiro passo, caro caríssimo, porque o peso é demais, e quero respirar sem peso, pelo menos mais uma vez...
Estes são meus diários, caro caríssimo.
Espero que os ame... ou que os odeie do fundo da alma.
(...)
Acende o fósforo... joga no copo.

***

Sangue nos olhos, na boca, no tato.
Suor e paixão.
Beijo com gosto de vida.
(...)
Um segundo só é válido quando é pleno.
Senão é mentira.
Senão é morto.
Senão é imperfeito.
(...)
Não agarro desejos com dedos mas com dentes.
Não faço meus dias segredos mas transparentes.
Passividade é doença.
Conseqüência é muralha.
Utopia é placebo.
(...)
E dane-se seu exército de palavras miseráveis.
Porque bem sei, tuas garras são de seda.
E saibas tu, tua sombra não me assusta.
Porque a lua... a lua é minha.

5 comentários:

Anônimo disse...

Livro divulgado na íntegra já.

Tele disse...

curti as fotos da Karina Altro ♥

Tchelo disse...

vai se fuder com essa porra de livro

Postem algo de verdade

ficar lendo livro de um emo do caralho

[Revoltei aqui]

Rodrigo Vilar disse...

Esse blog tbm é cultura, caro Tchelo...

Anônimo disse...

A Revolta de Tchelo.


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